15 de nov. de 2004

SUBSTANTIVOS ABSTRATOS - 11

Finalmente chega o Desejo!
Aquele que consome
some com as palavras
com a voz
com a razão
domina o instinto
torna tudo indistinto

Ai...
Desejo que mata
escalavra
empata
Mas com tudo isto e mesmo mais um pouco
Ainda que louco
me atrai
e não gosto quando ele se subtrai
porque é quando o desejo cada vez mais

13 de nov. de 2004

Enxofre e mercúrio
Fluência e transformação
Transitório ao estável

Tu enxofre
Ouro, luz
Eu mercúrio
Prata escorregadia

Esquece o lado infernal
Antiluz orgulhosa
Encontra tua solução
Na regressão provocada
pelo meu estado indiferenciado


Tu princípio ativo
Agindo sobre mim
Escolhe:
Ou me matas
Ou me fecundas

Fogo esquenta
Minha fria água
Torna-nos cinabre
Droga-nos de imortalidade

Sopro ígneo
Esperma mineral
Em nossa união subterrânea
Produzimos os metais?


Tu enxofre comigo mercúrio
Por calcinações sucessivas
Nos fundimos e nos cristalizamos

Numa alma transmutada

12 de nov. de 2004

Ó tu, Ancestral
manifesta-te em minha presença

Te acolho em meu peito sereno
te envolvo em meus braços amantes

Dando o que te falta
recebendo o que não tenho

nos
planos da
natureza



os
instintos


normalmente



são
de união

será que o sopro do encantamento ainda te anima,
ou te encontras desperto por inteiro?
Será que tua sensibilidade sofreu um retrocesso aritmético?
estás miudamente sereno?
guardando os olhos, o corpo e a mente
das faiscantes fantasias que criamos?
ou elas insinuantes
se agregam em teus atos,
te deixando perplexo?
quem sabe,
monótono te deixas cair no marasmo cotidiano,
na paz artificial que consome os minutos, horas e a vida?

ou vives uma vida simples?

7 de nov. de 2004

Nascer Morrer Renascer
Ninguém pode fazer pelo Outro

2 de nov. de 2004

Ai, Destino
Tu, filho da Noite
irmão das Moiras
e do Sono

Tu, implacável e obscuro
decretas leis
das quais nem os
deuses estão livres